segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Porque escrevo?

- Porque é que escreves aquelas coisas? - perguntas tu...
- Deixa pra lá - respondo eu corada de vergonha porque alguém decifrou aquilo que eu costumo ocultar.
A grande Lídia Jorge afirmou uma vez que «essa é a única pergunta a que não se pode responder com sinceridade.» Eu acrescento: «Escrevo por variadas razões.» E parafraseando Phillip Roth, «Precisaria de uma vida inteira para responder.» Eis algumas das múltiplas explicações:
- Escrevo porque a escrita me permite exorcizar todos os sentimentos que habitam cá dentro, os bons e os maus. Abre-me a porta a um nível de comunicação maior do que aquele que limita o meu aparelho fonador, ou seja, permite-me dizer aquilo que não consigo verbalizar. 
- Escrevo porque me sinto à vontade com o papel e as letras, os meus melhores amigos.
- Escrevo porque me ajuda a construir o pensamento; a desconstruir ideias erradas, a cozinhar ideias novas.
- Escrevo, principalmente, pra não ter de mentir. Mentir-me a mim e aos outros. Porque uma das piores características do ser humano é a capacidade de mentir e arrastar para a lama toda a beleza e confiança depositadas em si pelo outro. Todos mentimos, invariavelmente já todos mentimos. Muito ou pouco, uma mentirinha inofensiva ou uma mentira gigantesca, já todos o fizemos. A maior parte das vezes pela incapacidade de lidar com as consequências da verdade. Por isso escrevo.
Escrevo por isto e muito mais. Escrevo porque gosto, escrevo porque preciso. Por todas estas razões e muitas mais. 

Who am I? Just call me Alice!