segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

De quando gostamos

A propósito deste post,
 
Querida amiga, já te disse, não tens do que te desculpar. Ansiávamos por este dia há tanto tempo que tudo se intrometeu entre nós. O imenso trabalho de final de período, o trânsito, as compras, as horas mal dormidas, o ballet e os tules, os narizes entupidos, ... mas não te preocupes, tudo faz parte do pacote, do NOSSO pacote.
 
Já to disse e volto a afirmar, não tens do que te desculpar. Todas as minhas expectativas foram cumpridas. Se não, repara:
- Queria abraçar-te: Check!
- Queria estar com a Manhy: Check!
- Precisava conhecer a Sal: Check!
- Estava necessitada de comida: Check (efetivamente deste-me de comer e ainda nos lambuzámos com um quê? Ah, pois, é melhor não dizer...)
- Ansiava pelas nossas gargalhadas: Check!
- Queria sentir-me novamente em casa: Check!
- Lavei a loiça: verdade. Na companhia da tua Manhy, que me deu toda a atenção e mais alguma. Que me ajudou a arrumar a loiça da máquina, que me fez sentir muuuiiiito importante. Não te esqueças de acrescentar à lista que estou a fazer dela dona de casa, também.
- Estivemos a desenhar no quadro COM GIZ. Foi mais um momento de prazerosa cumplicidade.
Estive sentada a assistir a um filme com a Manhy (não me perguntes qual, ela deve saber) e que bem que me soube aquele bocadinho.
- Ajudei-te com o relatório? Verdade. Quantas vezes não me ajudas tu?!? Com a atenuante de que estava cheia de energia. Nada como uma noite sem dormir e toneladas de chocolate a ajudar.
 
Por isso, querida amiga, quando penso no nosso jantar de Natal, só me ocorre esboçar um rasgado sorriso. Saí de tua casa de coração cheio.
Podes não compreender, mas antes de aí chegar, já me sentia num elemento familiar. Enquanto percorria as estradas de Mafra estava, não sei explicar bem como, a sentir-me feliz. Sentia já uma doentia saudade daquele verde, daqueles edifícios, daquele microclima. Tudo me era familiar. Tudo era mais bonito do que me lembrava. A desgraça faz-nos isto!
E a volta não foi menos lamechas. Aproveitei cada quilómetro de silêncio. Observei cada luzinha por entre a estrada que serpenteava. E que bela visão aquela. O azul-noite foi meu amigo e ofereceu-me uma noite clara e estrelada. Fria e promissora. Tive pena de não poder manter aquela contemplação por mais tempo. Tive pena que entretanto se aproximasse a autoestrada e o IC19. Tive mesmo muita pena. Por mim, deleitava-me com aquela paisagem e sorvia aquela sossego até amanhecer. Mas no dia seguinte, havia que fazer as malas para regressar.
Em jeito de conclusão, abracei Mafra e abracei-te a ti. Ela fez-me feliz e tu deixaste-me, mais uma vez, feliz. Ela fez-me rir, tu provocaste-me o riso. Coisas caras por aqui.
Querida amiga, não deixes nunca de ser quem és. É no teu coração, na tua honestidade e nas tuas fraquezas que estão as tuas maiores virtudes. Não temas ser diferente ou menor. É na tua unicidade que está a tua grandiosidade. Nunca te esqueças disso sim?
Gosto de ti e de tudo o que trazes na mochila!
 
 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Carimbos

Está aberta a época oficial do carimbo. Odeio-a. Odeio-a pura e simplesmente.
Eu, ser de dúvidas abertas e profundas, sinto-me andorinha que se esqueceu de migrar quando a época oficial do carimbo é aberta.
São dias de um mostra a camisola pra te estampar um "Bom" ou te marcar com um "Insuficiente". Para te engalanar com um "Muito Bom" ou te massacrar com um "Suficiente", que tanto poderá ser pintado a vermelho, sinal de perigo eminente ou pincelado a verde, esperança num carimbo real no próximo período.
Odeio esta época de marcação e precoce definição de potenciais bons/maus alunos.
O trabalho letivo é tão mais do que um carimbo, uma estampa na janela, vitrine de vaidades ou vergonhas. É um infinito leque de ações, voltas e reviravoltas, avanços e retrocessos, dúvidas e certezas, hipóteses em estudo, premissas que poderão ou não ser afirmadas como certezas e mesmo estas, sempre passíveis de reformulação...
É tão fácil e claro quando se nos apresenta um grupo coeso, uniforme, estável. Uma bela e estudada ilustração à qual foram oferecidas desde cedo todas as condições, todas as cores, todos os planetas. E os outros? Aqueles que só conhecem Mercúrio e nunca viram as luas de Saturno? Aqueles que se veem sozinhos, confusos, violentos e violentados? Olhando-se e acreditando-se anormais?
 Mas, o que é normal hoje em dia? Quem são os bons alunos? Aqueles que cumprem com todos os requisitos, aqueles que se adequam ao perfil? Ou aqueles que não se enquadram em nenhum dos modelos mas nos quais vislumbramos potencial, reconhecemos valências? Progressos que mesmo não deixando de ser pequenas vitórias, não deixam de ser insuficientes perante a lista de competências exigidas para que se enquadrem em determinado perfil.
Mundo estático, inflexível e cruel este, que exige tanto à infância e à condição de menino. Que ordena, impõe padrões que jamais se adequarão a mentes inquietas e corações esfomeados.
É duro ser-se adulto-criança e mais duro ainda ser-se criança-adulta. É quase impossível ser-se Frederico e conseguirem-se ver morangos num céu sempre cinzento.
É duro ser-se Pai mas não deixará nunca de ser difícil ser-se Professor. Conseguiremos nós continuar a sonhar e a acreditar? Conseguiremos continuar a ser construtores de castelos? Ou passaremos definitivamente a ser... carimbadores?

domingo, 7 de dezembro de 2014

Hoje

Hoje é dia de passeio,
Hoje é dia de visita.
A mochila fica arrumada,
que sensação mais esquisita.
 
Vou ligar a confirmar.
Foram tantos dias a adiar...
longos dias de inverno,
não vá a comunicação falhar.
 
Não sei o que usar...
Vou vestir-me de cristal,
usar o meu melhor sorriso,
quero muito beijar e abraçar.
 
Prepara o meu copo,
já lhe reconheces as propriedades.
Por favor, não te contenhas,
não sou feita de vaidades.
 
Hoje é dia de passeio,
Hoje é dia de visita.
Vou já aprontar-me,
que o meu coração suspira e saltita.
 
Hoje é dia de passeio,
Hoje é dia de visita...






domingo, 2 de novembro de 2014

Era uma vez...

Era uma vez um peixinho. Um peixinho branquinho, daqueles com uma escama tão fina e delicada que quase lhe conseguimos distinguir toda a anatomia.
Esse peixinho tinha um sonho. Um sonho maior do que toda a extensão do oceano. Sonhava conhecer outros mares, outros peixes, outras comunidades piscícolas. Queria largar o coral onde vivia porque este já não lhe servia. Via-se preso em águas paradas. Já não suportava sequer a coloração do coral onde sempre vivera. Até a temperatura da água o parecia angustiar. 
Muniu a sua cabecinha de objetivos e partiu em direção à linha que a mãe peixe dizia ter sido a terra a traçar com eyeliner, cansada dos olhares indiscretos do céu.
O peixinho partiu, sem se despedir de ninguém. Deixando para trás os coraçõezinhos de um inteiro cardume, em sobressalto.
Cada milha de oceano que palmilhava, mais encantado e preenchido se sentia. Eram cores, texturas,  festas, aventuras mil. O peixinho vivia radiante. 
No entanto, e de mãos dadas à frivolidade do momento, este encanto era quebrado por pequenas ou maiores ondas tóxicas. Este peixinho que tinha um sonho, não equacionara à partida que provavelmente iria encontrar peixinhos inofensivos mas também muitos peixinhos sedentos de peixinho branquinho e inocente. Não sabia pois, como lidar com essa situação. Toda a sua vida a mãe peixe lhe contara que havia peixinhos assim, no entanto, pequeno peixinho branquinho sempre achara que a mãe peixe exagerava nas suas descrições e, apesar de se fingir muito atento, não ligava aos conselhos de sua mamã. 
Chegou a maré em que começou a achar-se frio e desconfortável. A solidão havia assolado o seu agitado coração. Sentia falta da mamã peixe, dos seus inúmeros irmãozinhos, até o coral lhe parecia agora maior. Talvez fosse da distância. As aventuras e os desafios que tanto ambicionara pareciam-lhe agora insignificantes perante a possibilidade de ficar só para sempre. 
Em que continente estaria? A que distância estaria do seu coral? Seria à mesma distância de mais uma onda? Ou à distância interplanetária de Mercúrio a Saturno? 
Decidiu voltar para trás. Tomara aquela decisão no segundo em que percebera que o coral era a sua casa e que não podia mais viver sem a sua família. Nadou desesperadamente em direção a casa mas logo pensou: - Se a Terra é redonda e percorri já enorme caminho, talvez me baste um pequeno esforço e logo estou de volta a casa. Na sua cabecinha, a circularidade da Terra era a resposta ao seu desassossego.
Voltou à direção em que seguia e nadou, nadou, nadou, sem prestar sequer atenção às maravilhas que o oceano ainda tinha para lhe oferecer. Até que, num leve sopro de brisa marítima, o peixinho branquinho ouviu chamarem por si. Respirou de alívio. 
Pode dizer-se que o peixinho branquinho perdeu o resto da viagem, mas no seu coraçãozinho sabia ter ganho o sentido de família e a sua importância.

Alice

domingo, 27 de julho de 2014

Das minhas gajas...

Chegou a hora de vos falar das minhas gajas. Aquelas amigas que são certamente mais do que amigas. Aquelas com quem eu posso contar, em todo e qualquer momento, nas melhores e piores situações (eu sei!) e por elas daria o ar que respiro. São minhas compinchas, minhas companheiras, guardadoras de segredos. São as minhas gajas. A relação que que tenho com elas é parecida a um casamento, só que não há chatices, não se deixam coisas por dizer, e cada uma vive em sua casa [o que não deixa de ser indispensável ao bom funcionamento de uma amizade]. Não caímos, portanto, na rotina nem nos cansamos umas das outras. Encontramo-nos a quilómetros mas estamos sempre muito próximas umas das outras. 
São poucas as minhas gajas. Para além de ser difícil encontrar gente verdadeira e com um discurso verdadeiro, esta história de gerir amizades de verdade dá muito trabalho!

Hoje vou falar-vos de uma em particular: a Raquel, autora do blogue Mar e Sal
Há muito que ela merece que fale dela, pela pessoa que é, pela importância que tem para mim, por aquilo que me dá, sempre.
A Raquel é uma pessoa grande. Enorme, eu diria. Grande de coração, enorme em bondade e generosidade. Não conheço mais ninguém assim jovem com um coração tão grande e generoso. É mãe, de duas meninas - a Mar e a Sal. Creio serem a maior vitória da sua vida e a razão maior da sua existência. Como qualquer mãe, vive cheia de dúvidas, incertezas e sobressaltos. Também a ela o trio maravilha (medo, insegurança, vergonha) visita regularmente. Vive assombrada pelo medo de errar e tenta ser perfeccionista ao ponto de se criticar severamente. Não tem a menor necessidade disso. O que faz, faz bem feito. Esforça-se imenso por fazer bem e agradar a toda a gente mas não necessita disso, porque como coloca o coração em tudo o que faz, deixa sempre todo o mundo agradado. Quem a conhece, sabe do que é capaz para ajudar, colocando-se a ela mesma em terceiro, quarto ou quinto planos. 
Tem sempre uma palavra de consolo quando preciso. Tem a capacidade de me ouvir durante horas. E um sorriso sincero que nos faz sorrir mesmo quando choramos. E isso não se paga. 
A Raquel albergou-me em casa dela num dos piores momentos da minha vida. Abriu-me mais uma vez as portas da sua casa e acolheu-me na sua família. Abraçou-me e chorou comigo. E isso nunca irei conseguir pagar, mesmo que um dia venha a ser rica.
Sei que está sempre lá pra mim. Pra me dizer que estou magra e me vai engordar, pra me dizer que sou a outra filha dela, pra me levar à Moita como se fosse família. ou até pra me vender os livros quando preciso. Pra me dar bons conselhos, pra rir e chorar comigo, sempre. A Raquel está sempre lá.  

E como se não bastasse tudo o que me vai dando ao longo destes dez anos de amizade, ainda me presenteou com mais uma surpresa estes dias. Tratou de mandar pela guerreira que lutou em Sintra o ano inteiro um batelão de batata, pera, pão, doce, ovos e outras iguarias mais. 
Rapariga, não tens cura! Parecíamos ciganas a traficar mercadoria. Foi hilário!
No meio de tanto presente, ainda estava um colar, feito pela Mar e que eu tenho usado desde então. Maravilhoso. Doce, fofinho, cuidado, tal como elas. Amei. É a minha cara! 

É por tudo isto e muito mais que vos adoro. É por tudo isto e muito mais que vocês são a minha família. Por mais que eu escreva ou agradeça, nunca será suficiente para descrever a pessoa grande que ela é nem o tamanho do seu coração. 
Obrigada!


terça-feira, 8 de julho de 2014

A partilha de uma partilha





Tinha mesmo de o fazer. Até se me arrepia a pele e se me enche o peito de orgulho por tão bela e verdadeira realidade.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Fim de época

A época está no fim.
Avizinham-se novas contratações e tomada de decisões.
E a minha ansiedade instala-se definitivamente.
Será que vou conseguir tomar a decisão certa? Será que vou conseguir granjear fervorosos adeptos para a minha equipa? Ou como sempre me vou encher de esperanças e sonhos e projetos e depois acabar sozinha? Será que na hora h vou ser capaz de seguir em frente? Ou vou fraquejar como tantas outras vezes?
Medo... Medo é o que mais sinto agora. Medo, insegurança, vergonha... O trio maravilha que me visita nas piores alturas.
É certo que já consegui alterar muita coisa em mim e surpreender, positiva e negativamente, claro está. No entanto, na essência, continuo a mesma. Com alguns ajustes mas a mesma peça frágil e quebradiça de sempre.
Não contem a ninguém. É segredo.
Acho que as pessoas gostam mais de mim assim. E querem saber? Eu também. Acho que só me falta mesmo encontrar os materiais e as técnicas que reforcem o meio campo e me permitam chegar lá à frente e rematar.

Alice

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Felicidário

Sou feliz quando...

Quando me perco ao telefone, já quase sem gaguejar.

Sou feliz quando me predisponho a estudar a altas horas da noite e me perco, prazerosamente nas leituras.

Sou feliz quando ajudo alguém. Imensamente feliz quando o faço, porque o faço sem segundas intenções.

Sou feliz quando percebo que o outro já me começa a ver como alguém interessante.

Sou feliz quando me dão força para continuar, mostrando-me que devo ignorar os ruídos de fundo.

Sou feliz quando me sentem a falta.


Sou feliz quando sinto falta.

Sou feliz quando beijo a minha mãe.

Sou feliz quando o meu pai me abraça.

Sou feliz quando aprendo.

Sou feliz quando cultivo amizades.

Sou feliz quando supero velhas barreiras.

Sou feliz quando consigo dar uma gargalhada.

Sou feliz quando estou à tua beira.

Sou feliz quando os olhos dos outros brilham.

Sou feliz quando me sinto apoiada.

Sou feliz quando não perco tempo a tentar compreender.

Sou feliz quando estou sozinha.

Sou feliz quando escrevo (mesmo que escreva muito).

Sou feliz quando me sento em frente à janela a tomar café.

Sou feliz quando deslumbro e me deixo deslumbrar.

Sou feliz quando consigo fazer tudo. E nestas alturas não sou apenas feliz. Sou super!


domingo, 15 de junho de 2014

Sono...

Sei que para alguém que está atolado em trabalho se torna algo embaraçoso dizer isto, por isso, não o digo, escrevo. 
Ontem foi mais um dia de intenso calor. Ora, pessoas como eu que desenvolvem uma relação de amor-ódio com o calor sentem dificuldade em gerir algumas, senão todas, as horas do dia.
Vejamos, desce-me (ainda mais) a tensão e entro em modo hibernação. O nariz, por sua vez, entra em ebulição fazendo da minha cara um balão rosado e brilhante. Nada bonito de se ver... Os anti-histamínicos, que me vão dando alguma qualidade de vida, também me provocam um sono terrível.  E secam-me a pele. E a boca. E fazem com que não sinta vontade de comer. O que me deixa ainda pior, porque se não tenho vontade de comer também não bebo, acabando por ficar ainda mais ressequida. E esta pelezinha de crocodila requer manutenção. Enfim, um conjunto de fatores que fazem com que pareça a ursa-mãe que alimentou os filhotes durante todo o inverno e agora não tem pica pra eles.
Bem, antes que me esqueça, voltemos ao motivo deste post (que não é nada de transcendente mas que no meu caso se torna motivo de festa).
A explanação anterior era necessária para que percebessem o porquê de ontem, depois de ter chegado a casa já a meio da tarde, me ter deitado a dormir sem pensar nas consequências desse ato e ter dormido, talvez, praí ou mais, umas 15 horas (descontando já as idas à casa de banho e o desligar da televisão).
Estava um calor insuportável, não me apeteceu ligar o ar condicionado que me causa mais frio do que conforto e não sei, aquele efeito estufa deve ter provocado em mim uma sensação equivalente a um ninho, ou a uma caverna e eu esqueci que o mundo existe e dormi, dormi, dormi e não vou dizer que continuo com vontade de dormir, porque parece mal.
É certo que lá pelo meio do sono fui delirando com os trabalhos que estão por fazer ou que têm de ser reformulados ou no tempo que não tenho para os fazer. ou até que devia aproveitar para ir visitar a minha avó, mas mesmo assim, fui incapaz de me levantar para fazer o que quer que fosse.
É grave!
Hoje, continua a estar muito calor. Acho que me vou barricar na casa de banho. A ver se faço alguma coisa mais para além de consumir oxigénio. 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

sopro de luz

Após meses de intensa argumentação (leia-se discussão), troca de elogios (entendam-se aqui disfarçadas ou nem por isso, ameaças), partilha de alegrias e inúmeras agruras (muita asneira, muita gritaria, muito castigo, muita palestra) e algumas prendas (traduzidas em registos de ocorrência), hoje recebi a primeira declaração de amor dos meus alunos.
Estive dois dias fora de casa. Dois há muito esperados dias. E ao regressar à escola, sou recebida em apoteose pelos meus alunos. Nem quando estive de férias forçadas fui tão bem recebida. Chiça!
Enquanto subia uma interminável rampa, carregada de objetos de distração e possível interesse dos indivíduos até às orelhas, percebi que estavam tooodos à minha espera.
Hum... Quem matou? Quem partiu? Quem chamou?!?
Nada. Apenas um sorriso até à testa, uns abraços (acho que nunca os tinha cheirado) e umas sentidas declarações de amor: - Ainda bem que voltou, professora. Já sentíamos saudades suas.
Pois...
Um sopro de luz pairou sobre mim e tive uma espécie de alucinação. Teriam eles virado anjinhos? Será que foi gelatina a mais?
Não sei o que se passou ainda, mas deve ter ocorrido algum fenómeno raro.
Aproveite-mo-lo.
Alice!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Gonçalo

Hoje o meu sobrinho faz dois anos.
Pensei em mandar sms a dar os parabéns, porque, verdade seja dita, vontade para grandes conversas não tenho. Depois, pensei em ligar mas quando me lembrei, já passava da hora para o fazer.
Ao vir da escola, decidi-me a passar em casa da minha mãe. Sabia que o miúdo estaria por lá e por isso, sem grandes subterfúgios ou manobras de diversão, poderia dar-lhe um beijinho de parabéns.
Ele conhece-me. Apesar de disfrutarmos pouco do tempo um do outro, sabe que sou a tia Lili.
É tão fofo e tão ruim ao mesmo tempo. Etão inteligente também. Possui uma grande capacidade comunicativa e é muito sociável (não sei a quem puxou...)
Adiante...
O que me deu mesmo vontade de escrever este post foi o sentimento de carinho e ternura que enche a casa dos meus pais. Quando lá vou venho sempre grávida de amor e compreensão. É uma coisa impressionante.
Quando lá cheguei, vi a tenda armada e a barraca montada. O meu pai e o meu sobrinho tocavam um órgão que o meu pai lhe ofereceu, porque o miúdo só gosta de chaves e construções e instrumentos e coisas esquisitas. Nada de bonecadas ou joguinhos educativos. Quer coisas de verdade. E se puder tirar tudo da nossa carteira e explorar, tanto melhor.
Adiante. Era tanta a alegria e a barafunda à conta de uma música que tocou umas cem vezes enquanto lá estive, que me deixou impressionada.
A casa dos meus pais é uma casa cheia de ar. Muito modesta e muito simples. Mas o miúdo e o órgão e a alegria deles enchia as divisões e esbarrava contra as janelas.
É impressionante como tendo tão pouco sempre tiveram a capacidade de fazer muito. E isso diz-me tanto.
O órgão é em segunda mão mas a experiência, a partilha, a memória feliz, essas são de primeiríssima qualidade.
E um abraço cheio de amor e de uma abafada saudade, ao meu pai e à minha mãe.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

De ontem...

22 horas: desligo o tacho e sento-me no sofá. Percorro a programação em busca da minha querida e adorada "Good Wife" (série de eleição que ultimamente só consigo ver uma série de dias depois de ter dado). Cá está ela. Ajeito-me no sofá e penso: Ah, finalmente estou em casa. A vida é bela!
Olho para o telemóvel. São 7 da manhã.
What? Que aconteceu? Pois... Lá se foi a minha Good Wife pregar pra outra freguesia e a minha confort food ficou no tacho... Agora tenho comida pra três dias, no mínimo.

Este triste episódio quer dizer alguma coisa, não quer? Hum...


segunda-feira, 12 de maio de 2014

A carta

Aqui fica a carta que nunca tive coragem de enviar mas que finalmente consegui escrever... Para ti, que não me lês:

«C. , minha querida amiga. Como estás?
Sinto a tua falta.
Desculpa se não te pergunto pelos teus filhos, pelo teu marido ou até o teu trabalho, mas este é o momento para lembrar, para recordar o que já lá vai e que eu sinto tanta falta.
Sabes, ultimamente têm-me vindo à memória muitas das nossas vivências de infância e eu não consigo perceber porquê.
não sei se te cheguei a dizer, mas estou a fazer mestrado em Animação da Leitura (imagino que pra ti não deva ser surpresa nenhuma esta minha escolha) e encontrei aqui uma Professora que tem o condão de me fazer recordar e falar (?!?) daquilo que sempre me custou falar.
conheces-me bem. Sabes que prefiro inventar, criar cenários e realidades que não são a minha pra me sentir bem nela (o que irrita o mundo à minha volta). Mas esta Professora consegue entrar e remexer a minha Caixa de Pandora.
Podes imaginar que, apesar de difícil, isto me está a fazer um bem de proporções bíblicas. 
Não sabes ainda, mas agora choro. E tenho chorado pelos anos todos em que não o consegui fazer. E sinto-me muito mais leve. Muito melhor comigo e mais minha amiga. Ah, e escrevo. Ou melhor, voltei a escrever.
E esta tem sido outra força que me tem ajudado a lembrar e a lidar e a tolerar e a perceber, ou melhor, aceitar.
e foi toda esta conjugação de fatores que me levou a escrever-te esta carta.
Uma carta  egoísta na qual não te pergunto pelos teus filhos nem te digo que estás demasiado magra nem cogito que não tens tempo pra me ler.
Esta é uma carta de saudade. Uma carta na qual te digo com todas as letras e sem subterfúgios, que sinto a tua falta.
Sinto penosamente falta do nosso pinhal, do Mogli e de tratarmos dele. Sinto falta do barraco, da nossa loja, da sopa de bolotas. Da figueira, das laranjas caídas no chão e que comíamos às escondidas da tua avó.
Sinto falta dos nossos passeios e do vomitado do cão no chão do carro. Como é que se chamava o cão? Já não me lembro...
A minha Duda morreu... ataque cardíaco. Sinto falta dela e dos seus 43 quilos. Sinto falta da baba e do ladrar. 
Sinto falta de te chamar "Carla Sopa". Há já tantos anos que não te chamo "Carla Sopa". Podes-me chamar Lili Escaganibotética. É uma troca justa e prometo que não vou chorar à conta disso.
Já te disse que sinto a tua falta? E que odeio aquele prédio na Rua Delfim de Lima que acabou com o nosso pinhal e te fez ir embora?
Desculpa se não te pergunto pelos teus filhos mas sinto a tua falta. 
Espero que me perdoes todos estes anos de falta e percebas como me fazes falta.
Posso passar em tua casa?

Um abraço apertado (daqueles que nunca soube dar).»

Lili Escaganifobética

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Deste tempo...

Que tempo...
Este tempo tosco, encoberto, quente, pesado, disforme.
E o vento? Este vento quente que corre e me traz à saudade a memória de tempos vividos. De momentos de pura e mirífica luxúria. De momentos de um tempo que era só nosso. De umas horas, sempre pequenas, em que éramos só nós, eu e tu e o bater descompassado do meu coração. O medo misturado com a vergonha e o prazer, a luxúria e a vaidade, sim, a vaidade... 
Hum... se o vento falasse tinha tanto para contar, para me contar. 
Este vento quente que me afaga a alma e me traz à memória aquilo que já não volta nem se repete. E a saudade vem instalar-se nos meus olhos. E navegar pela minha face. E apertar-me o peito.
Ai, se o vento falasse... tinha tanto para contar... para me contar.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O primeiro beijo...

O primeiro beijo... 

Sabemos que pode haver um primeiro beijo ou vários primeiros beijos. Seja como for, em que idade for, com quem for e quantas vezes for é sempre um misto de nervosismo, ansiedade, aventura, desejo, surpresa...
É um jogo de adivinhação. Um puzzle no qual duas peças podem encaixar perfeitamente ou esbarrar abruptamente uma na outra.  
É uma caixinha de Pandora que depois de aberta nos pode levar a sentir as tais borboletas no estômago, as mãos frias e transpiradas, o coração acelerado ou então, nos transporta para um universo de frustração e desilusão. E aí percebemos que não falamos a mesma língua e não vale a pena estar a insistir.
- É pena - pensamos nós. mas sem a chave não conseguimos abrir a porta. Não vale a pena.
Um ósculo ardente é mesmo o passaporte de entrada no universo desconhecido que é o outro e que somos nós.
Sem isso, passamos a ser mais um "amigo", um conhecido de quem nos lembramos de quando em vez, quando estamos desocupados ou à espera do outro que nos leva em plena interação.

[perdoem-me a desconexão de ideias ou pensamentos. Este post foi escrito nos dois minutos livres que tinha, aproveitados para fazer aquilo que realmente gosto e fazendo a vontade à vontade]


Alice!

segunda-feira, 10 de março de 2014

Fotossíntese

Estamos em modo fotossíntese por estes lados. Thank God! Love, love, love...
É oficial. 
Estou in love por este solinho bom que me deixa logo mais bem disposta e com vontade de fazer trezentos milhões de coisas ao mesmo tempo.
Adoro o cheirinho a sol na roupa que seca na varanda. Faz-me logo lembrar tempos em que a roupa secava no campo e eu tinha medo de a apanhar e ser picada por uma abelha. Como era estúpida e sem noção.
Agora, na minha varanda minúscula consigo apreciar à distância os tempos em que era gratuitamente e infinitamente feliz...  invariavelmente mal-disposta... Estamos a mudar... estamos a mudar... e a crescer... e a apreciar... e a reconhecer... e é tão bom reconhecer e apreciar e valorizar e guardar. Guardar para sempre.
Adoro o sol que me entra pela janela do quarto de manhã e me acorda mais cedo. Adoro, a sério. Faz-me ter mais tempo para preparar o dia e apreciar o silêncio da manhã. 
Adoro entrar na estrada com céu limpo e o sol que logo me faz franzir a testa. Ai, adoro. Faz-me sentir tão bem. Passa-me a rabugice e surge-me um pensamento: 
- Este vai ser um bom dia!
Adoro sentir a sala quente logo pela manhã. Transmite-me uma sensação de calma e conforto inimagináveis.
E principalmente, adoro chegar a casa, à minha gruta, ainda com dia e sentir que os raios de sol ainda a aquecem e iluminam e que ainda posso desfrutar dela, da sua beleza, do seu aconchego e de um  bom par de horas de rebuliço e produtividade, se assim o desejar.
Estamos a crescer, a renovar, a vitaminar. 

Fica sol, please. Fazes de mim uma pessoa mais feliz.



Alice!

segunda-feira, 3 de março de 2014

Sobre estes dias...

Já há algum tempo que não escrevo. Quer dizer, escrevo, mas não sobre o que me apetece escrever. Acho até que ando tão cansada e tão farta de fazer o que já não gosto de fazer que já nem me apetece tanto escrever. Estranho, não é?
Passo a explicar...
Sou pessoinha pra me meter a ajudar toda a gente, quer possa quer não possa. Não sei dizer "não" a nada. Cada vez trabalho mais e usufruo menos. Cada vez me sinto mais cansada. Estou a envelhecer precocemente com tanto stress e aflição. É semelhante o peso da responsabilidade que me imponho e que me impõem que parece até que já não consigo respirar corretamente. É que parece que não posso sequer dar-me ao luxo de falhar. Nem em casa nem no trabalho nem naquele que me trazia muita alegria e satisfação e me enchia de esperança e excitação - o meu masters.
Até esse, e principalmente esse, está a deixar-me de rastos.
Transformou-se, como acontece com praticamente tudo na minha vida, numa obrigação. Passou de impulsionador a "chateador", a maçador. Passei da fruição para a obrigação num abrir e fechar de olhos.
Parece que quanto mais trabalho mais me pedem para trabalhar. Quantas mais horas dedico ao bicho mais são necessárias. Credo! Já não aguento mais.
E depois é toda uma apresentação espetacular, tão espetacular que já pede um trabalhinho escrito. E depois uma reflexãozinha e depois, mesmo depois, é só ler mais umas tretas e já queremos apresentá-lo num congresso e transformá-lo num trabalho mega académico. Então? Senhores... já chega. Please. Preciso dormir. Sim... preciso desesperadamente de desligar o interruptor e dormir.
Hoje cheguei ao meu limite quando percebi que tinha um exame super importante marcada para... há 15 minutos atrás e me esqueci completamente dele. Porquê? Porque na minha mente só flutuam e chocam entre si os trezentos milhões de trabalhos para entregar. Imperdoável. Ah, porra pra isto!
Dei-me finalmente conta de que está a absorver demasiado a minha existência e não o posso permitir.
Mas como? Como despachar a coisa rapidamente sem peso na consciência nem sentimentos de culpa e frustração? Como?
Já sei, vou ali tomar mais um café e pode ser que hoje a coisa desenvolva um pouquinho mais e flutue em direção ao email ou à plataforma de um prof sedento de produção. Pode ser... Ya, vai sonhando...




terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Rescaldo...


Motivação: 0

Vontade: -1

Paciência: -5

Capacidade de organização: -8

Interesse: -10

Empenho: -20

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Stress: +10

Ansiedade: +10

Nervosismo: +10

Revolta: +15

Conflituosidade interior: +20

Consciência pesada: +50


Diagnóstico: À beira da loucura...

Tratamento: Bater com a cabeça na parede, 3 vezes ao dia (mínimo aconselhável)


quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Facto

Este post surge como a constatação de um facto. Sim, facto e não fato, caras colegas que só escrevem asneira e não gostam de ser chamadas à atenção. 
E lá estou eu... A embirrar e a apontar armas a tudo quanto mexe...
Como dizia há pouco... Este post surge da constatação de um facto: - Quando estou a trabalhar sou muito melhor pessoa.
Esta semana, e por força das circunstâncias, apercebi-me do bicho desgovernado em que me estou a tornar. Esta transformação teve início há já vários meses atrás, provavelmente há mais de um ano e até eu me apercebo de que está a tomar proporções catastróficas.
Estou cada vez mais intolerante. Estou a tornar-me fria e distante. Estou a transformar-me numa pessoa má, egoísta e egocêntrica - tudo aquilo que sempre abominei nos outros.
E dá-me nojo até pensar que estou a ficar assim também.
Podia arranjar milhões de razões/justificações para este facto. Podia, até porque as tenho de sobra. Mas logo a minha consciência (sim, porque graças, ainda não a perdi) me vem chamar à razão e dizer-me: "- Não vás por aí. Desculpas são para os fracos."
Sei que tem milhões de razões, mas porra, eu também as tenho.
Estou farta de gente egoísta, maldosa e interesseira. Estou mesmo a rebentar pelas costuras. Acho que não consigo aguentar mais um episódio de falsidade ou interesse alheio. Não consigo mesmo. Estou fartinha, palavra. Só me apetece bater em toda a gente. Comê-los, é a palavra certa.
Cruzes, que mundo!
Atão, o que sucede é o seguinte: - Como não posso matar toda a gente que me incomoda e me lesa, tenho duas opções e nenhuma delas me parece mais favorável:
- Ou me transformo de vez numa pessoa falsa, egoísta, manipuladora e interesseira (coisa que confesso tenho vindo a pensar fazer);
- Ou me mantenho fiel aos meus princípios e me isolo cada vez mais (transformando-me naquela ave rara, quase sem amigos)

-O que fazer então? 
Sim, porque não se pode ser bom neste mundo. Bom no sentido da nobreza de sentimentos (somos logo a lorpa a quem toda a gente recorre mas que não recebe nada em troca); Bom no sentido de sermos bons profissionais, bons alunos, apresentarmos bons resultados - estamos logo lixados que o pessoal começa logo a cultivar a inveja e a dor de cotovelo) 
De qualquer das formas, estamos sempre lixados. 
É como diz o velho ditado: "Não se pode agradar a gregos e a troianos". O problema está quando não se agrada aos turcos também...

Toda esta explanação para dizer o quê? Nada de jeito. 
Ah, já sei! Que me apercebi de que quando estou a trabalhar sou muito melhor pessoa. Verdade! Muito melhor ser humano. Porque estou a fazer aquilo que adoro; Porque estou com crianças e todas as azias me parecem minúsculas ao pé deles; Porque tenho de dar o exemplo; Porque, apesar de tudo, gosto de me dar ao Outro, de ajudar o Outro; gosto de lhes dar um pedacinho de mim e acreditar que estou a dar um pedaço bom que irá contribuir para formar bons seres humanos. 
É verdade. Quando estou a trabalhar, sou um ser humano muito melhor. De coração limpo e olhar brilhante.

Tenham um bom dia!
Alice!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Destas noites...

É nos dias mais rochosos que sinto mais necessidade de me isolar, de me abster de qualquer tipo de comunicação com o mundo (embora reconheça que tal é praticamente impossível de acontecer...)
A forma que encontro de ser mais fiel a este monólogo silencioso a que me remeto é mesmo a noite e a cumplicidade com que me presenteia.
Mas é também por estas alturas em que literalmente vegeto que dou por mim a afagar o tapete limpinho da sala, a olhar as minhas plantas [todas elas com uma histórias de doação, de rejeição, de mau trato alheio...] adorando-as, a ver, ainda que de soslaio, uma das minhas séries favoritas, a ler um livro recomendado por alguém fundo em saberes e a admirar a capa do meu telefone [tão xpto que ela é...]
é nestes momentos, plenos de silêncio e nos quais o mundo dorme lá fora que eu paro de pensar no que me aborrece e em tudo o que me mói e concluo que sou feliz. Sou realmente feliz aqui na minha sala, com o meu tapete fofinho, a minha manta quentinha, a minha série, as minhas plantas, o meu livro. 
É neste momento que eu penso: "Deus está mesmo nas pequenas coisas"; "A felicidade está mesmo no que é mais pequeno, humilde e simples". Aqui eu sou meeesmo feliz e às vezes [muitas vezes] esqueço-me disso e de que não é preciso muita coisa pra se ser feliz. 
É nestes momentos de silêncio e de meditação [talvez] que eu me reequilibro e recupero as forças que perdi a aborrecer-me com coisas e pessoas que não merecem. Só tenho a ganhar se mudar de atitude [difícil, difícil]. 
Em todas as situações rochosas ou espinhosas há coisas que se perdem e coisas que se ganham. 
Tenho perdido imenso, coisas que achava preciosas e imutáveis, contudo, quando se fecha uma porta abre-se logo uma janela. E é nela que eu tenho agora, o olhar fixo.


Who am I? No one special.
Just call me Alice!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Destas horas...

Tinha pensado tirar a tarde para escrever... adiantar serviço... colocar os pensamentos em ordem e transferi-los para o papel. Contudo, e porque a Mariana merece muito mais do que essa simples obrigação de regurgitação vocabular, decidi aproveitar o bom tempo que se fez sentir e rumei até ao colinho da mãe. Apesar de ser pessoa afoita a estas coisas, hoje estava mesmo necessitada. Precisava invariavelmente daquela paz, daquele sossego que a voz da mãe e o abraço do pai conferem à sua andorinha. Precisava mesmo.
Ainda sinto a garganta apertada mas já gozo do conforto espiritual que só eles me conseguem dar.
Foi uma boa decisão. Ainda demorei algum tempo entre a incerteza do "vou? Não vou?" até meter a chave e rodar a fechadura da porta. Ainda bem que o fiz, porque me soube muito bem. 
Até já me sinto mais levezinha. A desilusão não passou. A mágoa não se foi com o vento mas já me sinto mais animada e pronta pra ultrapassar mais esta dor (do meu crescimento).

Bom fim de semana!




 Alice!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Dos sonhos que se tecem...




(...) É a possibilidade de estares noutros lugares, sem abandonares o teu chão, de ouvires pulsar outros corações, de vestires a pele humana de outro ou outros. Sem deixares de ser tu. 
E com o livro a varinha de condão não está na mão das fadas, está em teu poder. 
É do teu olhar, de cada vez que te dispões a ler, que nascem aqueles mundos, caleidoscópicos, de maravilha – e só desaparecem quando fechas o livro. 
Mas, a um gesto do teu querer, voltarão a surgir sempre, sempre, sempre…”

*E este é o meu mantra. A minha força. O combustível que me move, todos os dias. A razão de ser das minhas opções. O que me faz (ainda) mais feliz!

Who am I? You already know me... Just call me Alice!