quinta-feira, 10 de abril de 2014

Deste tempo...

Que tempo...
Este tempo tosco, encoberto, quente, pesado, disforme.
E o vento? Este vento quente que corre e me traz à saudade a memória de tempos vividos. De momentos de pura e mirífica luxúria. De momentos de um tempo que era só nosso. De umas horas, sempre pequenas, em que éramos só nós, eu e tu e o bater descompassado do meu coração. O medo misturado com a vergonha e o prazer, a luxúria e a vaidade, sim, a vaidade... 
Hum... se o vento falasse tinha tanto para contar, para me contar. 
Este vento quente que me afaga a alma e me traz à memória aquilo que já não volta nem se repete. E a saudade vem instalar-se nos meus olhos. E navegar pela minha face. E apertar-me o peito.
Ai, se o vento falasse... tinha tanto para contar... para me contar.