A interrupção está quase a terminar. De enorme urgência ela se revestiu. Todo o meu corpo pedia descanso, uma paragem quase forçada. O cérebro necessitava ardentemente descansar e ser poupado às enormes minudências a que vinha sendo sujeito. Toda eu pedia para dormir e prometia cumprir todos os passeios, todas as visitas, o retorno das chamadas perdidas... Não fiz nem metade do que me havia proposto. Chegada ao santuário prostrei-me perante a santa televisão e orei com elevado fervor em agradecimento por ser chegado o momento de vegetar e pôr todas as séries em dia. Consegui fazê-lo para grande alegria contudo, e porque a consciência não tira férias, forcei-me a cumprir alguns dos objetivos em stand-by. Assim, para além de organizar a mente e a casa [a mente organiza-se ao ritmo da limpeza e arrumação da casa] dei-me o presente de me mimar. Não saltei refeições, cumpri horários, pensei a minha alimentação e não me atrasei para compromisso nenhum. Fenomenal. Passeei [muito], abracei [tinha quilos de abraços em falta], retribuí chamadas [não todas], visitei e matei saudade [cada vez maior] daqueles que amo. Sim, sem medo ou vergonha ouso dizer, ou melhor escrever, que amo. Amo muito. Já não tenho tempo para perder com vergonhas alheias ou pensamentos maldosos. Lamento [e provavelmente desse nunca mais me livrarei] o que perdi e não vivi por ter vergonha e medo.
A modos que... andamos a destralhar, a depurar, a arrumar, a objetivar e a conjugar muitos outros verbos em primeira.
Andamos, acima de tudo, a procurar e a investir nessa área que tem vindo a ocupar cada vez mais espaço na minha vida: a Pedagogia do Deslumbramento, pois que, tal como vim a descobrir, somos efetivamente feitos de pequenas partículas de deslumbramento.
Fiquem bem!