sexta-feira, 8 de maio de 2015

devaneios

Por aqui andamos assim, por entre loucos e sofridos devaneios. Por entre dolorosas e desgastantes psicanálises. Encarando de frente as falhas, as ameaças, os erros e tentando, como sempre, superar os demónios que nos assolam o espírito.
Lemos mas não guardamos em nós. Entendemos o devaneio do outro, chegamos a partilhar desse mesmo devanear por alguns segundos, por algumas horas nos dias bons mas não chegamos ainda a incrusta-lo em nós como uma marca, um sinal que nos define. Vivemos períodos de uma longa e excruciante incubação. Pedimos que acabe. Estamos esgotados. Exigimos que este longo e difícil parto se dê. Que este filho veja a luz do dia o quanto antes. É que neste momento já não somos nós, somos ele. Não gostamos quando deixamos de ser nós. Adoramos dar-nos a ele mas não queremos nunca deixar de ser nós. É imperativo que este capítulo se encerre para que possamos voltar a ser nós.