quinta-feira, 26 de junho de 2014

Felicidário

Sou feliz quando...

Quando me perco ao telefone, já quase sem gaguejar.

Sou feliz quando me predisponho a estudar a altas horas da noite e me perco, prazerosamente nas leituras.

Sou feliz quando ajudo alguém. Imensamente feliz quando o faço, porque o faço sem segundas intenções.

Sou feliz quando percebo que o outro já me começa a ver como alguém interessante.

Sou feliz quando me dão força para continuar, mostrando-me que devo ignorar os ruídos de fundo.

Sou feliz quando me sentem a falta.


Sou feliz quando sinto falta.

Sou feliz quando beijo a minha mãe.

Sou feliz quando o meu pai me abraça.

Sou feliz quando aprendo.

Sou feliz quando cultivo amizades.

Sou feliz quando supero velhas barreiras.

Sou feliz quando consigo dar uma gargalhada.

Sou feliz quando estou à tua beira.

Sou feliz quando os olhos dos outros brilham.

Sou feliz quando me sinto apoiada.

Sou feliz quando não perco tempo a tentar compreender.

Sou feliz quando estou sozinha.

Sou feliz quando escrevo (mesmo que escreva muito).

Sou feliz quando me sento em frente à janela a tomar café.

Sou feliz quando deslumbro e me deixo deslumbrar.

Sou feliz quando consigo fazer tudo. E nestas alturas não sou apenas feliz. Sou super!


domingo, 15 de junho de 2014

Sono...

Sei que para alguém que está atolado em trabalho se torna algo embaraçoso dizer isto, por isso, não o digo, escrevo. 
Ontem foi mais um dia de intenso calor. Ora, pessoas como eu que desenvolvem uma relação de amor-ódio com o calor sentem dificuldade em gerir algumas, senão todas, as horas do dia.
Vejamos, desce-me (ainda mais) a tensão e entro em modo hibernação. O nariz, por sua vez, entra em ebulição fazendo da minha cara um balão rosado e brilhante. Nada bonito de se ver... Os anti-histamínicos, que me vão dando alguma qualidade de vida, também me provocam um sono terrível.  E secam-me a pele. E a boca. E fazem com que não sinta vontade de comer. O que me deixa ainda pior, porque se não tenho vontade de comer também não bebo, acabando por ficar ainda mais ressequida. E esta pelezinha de crocodila requer manutenção. Enfim, um conjunto de fatores que fazem com que pareça a ursa-mãe que alimentou os filhotes durante todo o inverno e agora não tem pica pra eles.
Bem, antes que me esqueça, voltemos ao motivo deste post (que não é nada de transcendente mas que no meu caso se torna motivo de festa).
A explanação anterior era necessária para que percebessem o porquê de ontem, depois de ter chegado a casa já a meio da tarde, me ter deitado a dormir sem pensar nas consequências desse ato e ter dormido, talvez, praí ou mais, umas 15 horas (descontando já as idas à casa de banho e o desligar da televisão).
Estava um calor insuportável, não me apeteceu ligar o ar condicionado que me causa mais frio do que conforto e não sei, aquele efeito estufa deve ter provocado em mim uma sensação equivalente a um ninho, ou a uma caverna e eu esqueci que o mundo existe e dormi, dormi, dormi e não vou dizer que continuo com vontade de dormir, porque parece mal.
É certo que lá pelo meio do sono fui delirando com os trabalhos que estão por fazer ou que têm de ser reformulados ou no tempo que não tenho para os fazer. ou até que devia aproveitar para ir visitar a minha avó, mas mesmo assim, fui incapaz de me levantar para fazer o que quer que fosse.
É grave!
Hoje, continua a estar muito calor. Acho que me vou barricar na casa de banho. A ver se faço alguma coisa mais para além de consumir oxigénio. 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

sopro de luz

Após meses de intensa argumentação (leia-se discussão), troca de elogios (entendam-se aqui disfarçadas ou nem por isso, ameaças), partilha de alegrias e inúmeras agruras (muita asneira, muita gritaria, muito castigo, muita palestra) e algumas prendas (traduzidas em registos de ocorrência), hoje recebi a primeira declaração de amor dos meus alunos.
Estive dois dias fora de casa. Dois há muito esperados dias. E ao regressar à escola, sou recebida em apoteose pelos meus alunos. Nem quando estive de férias forçadas fui tão bem recebida. Chiça!
Enquanto subia uma interminável rampa, carregada de objetos de distração e possível interesse dos indivíduos até às orelhas, percebi que estavam tooodos à minha espera.
Hum... Quem matou? Quem partiu? Quem chamou?!?
Nada. Apenas um sorriso até à testa, uns abraços (acho que nunca os tinha cheirado) e umas sentidas declarações de amor: - Ainda bem que voltou, professora. Já sentíamos saudades suas.
Pois...
Um sopro de luz pairou sobre mim e tive uma espécie de alucinação. Teriam eles virado anjinhos? Será que foi gelatina a mais?
Não sei o que se passou ainda, mas deve ter ocorrido algum fenómeno raro.
Aproveite-mo-lo.
Alice!