sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Braço de ferro

Estes dias temos vivido cá por casa um autêntico braço de ferro... educacional... motivacional... geracional... e sei lá mais o quê... Arre!
Temos vivido horas de tensão. Dias de uma espera que nunca mais acaba e que já me está a deixar transtornada. 
A genética é uma coisa tramada. É uma bandida, pá!
E a teimosia que deriva daquela carga genética maluca? Ai, ai!
Tenho a certeza absoluta de que a tarefa de educar uma criança é das mais difíceis que existe no mundo. Pior do que isso, só tentar educar um adulto. É como a minha avó dizia, "de pequenino se torce o pepino."
É que isto de se tentar mostrar o que é correto, o que deve ser feito, o que se deve comer, como se deve estar sentado é duma canseira maluca. E quando me lembro de tentar educá-la literariamente é que o circo pega fogo. Credo. Tento tanta vontade de lhe gritar e atirar com a televisão pela janela que as palavras até me saem aos tropeções e quase descabidas de sentido. Brrhhh!
Há que respirar fundo. Dar ao animal um pouco daquilo que lhe alimenta o espírito :( e depois voltar à carga. Uma e outra e outra e mais outra vez. Sim, porque se ela é teimosa que nem um burro eu sou pior que um rinoceronte. 
Portanto, neste momento, para que não aconteça nenhuma desgraceira com repercussões catastróficas estou aqui, a respirar fundo e a apanhar os cabelos do chão.
É. Hoje estamos nisto. Como estivemos ontem e antes de ontem e há uma semana atrás. Emprestem-me paciência que a minha já escasseia. Cruzes! 


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Bolotas e bugalhos

Hoje li um par de palavras que me remeteram como que num flash até à minha infância. 
Bolotas e bugalhos eram as palavras. Duas simples palavrinhas que me ativaram rapidamente a memória das tardes passadas em casa da minha grande, grande amiga Carla Sofia. Que saborosa memória aquela. E que saudade eu sinto da Carla Sofia. E das bolotas. E dos bugalhos. E do pinhal. E do Mogli. 
Passo a explicar:
A minha amiga Carla Sofia, mais conhecida como Carla Sopa (porque na escola se enganou a escrever o nome na abertura do caderno diário e ficou irremediavelmente conhecida como Carla Sopa) vivia numa casa secular mais ou menos próxima da minha. E como todas as casas seculares a pedir obras quase desde que foi erguida, rangia por todos os lados. Estava quase a cair de podre. Sempre a conheci assim. Sempre a vi assim. Até que acabou por ser demolida pra dar vida a um imponente edifício envidraçado aqui no centro da vila. E que pena eu tive quando isso aconteceu. Acho que esse foi o momento que marcou o fim da minha infância. E quer acreditam quer não, ainda hoje me dói falar sobre isto. Incomoda-me mesmo. É um misto de tristeza e saudade. E não é nada agradável...
Bom, voltando às bolotas e aos bugalhos que me fazem logo sorrir...
O quintal da casa da Carla Sofia era eeenorme. Cheio de cultivo, muitas árvores de fruto. Tinha também um cão muito engraçado e do qual já não me recordo o nome, que vomitava sempre que saíamos de carro. Era hilariante! Ainda no quintal, havia um tanque gigantesco que transformávamos em piscina e, mesmo lá ao fundo, um pinhal. Não imaginam as brincadeiras que fazíamos no pinhal. Era tão feliz. Era extremamente feliz e nem me dava conta. Chegava a sonhar com as nossas brincadeiras no pinhal.
Naquele pinhal que conhecíamos de cor e salteado vivia o Mogli. O koala Mogli. Um amiguinho inventado, claro está. Corríamos pelo pinhal com o Mogli. Tratávamos dele, porque pertencia a uma espécie em vias de extinção, alimentávamo-lo e cantávamos canções para que adormecesse. 
- "Mogli tem medo. Mogli tem soninho..." Enfim, uma loucura. Muito boa e muito inocente. 
O pinhal tinha montes de bolotas e os ditos bugalhos que serviam para cozinharmos quando brincávamos às casinhas e, nos dias maus, para atirarmos uns aos outros feitos parvos. Sim, porque tenho viva a memória de que os bugalhos magoavam imenso.
Pronto, tudo isto só porque li num texto estas duas palavras mágicas pra mim - bolotas e bugalhos.
E que saudades eu tenho da Carla Sofia, do cão que vomitava, do Mogli, meu querido e adorado Mogli, do pinhal - casa das nossas brincadeiras -, das bolotas e dos bugalhos.
Quando for rica vou comprar um pinhal só pra mim. Vou povoá-lo de bolotas e bugalhos e vou convidar o Mogli pra viver comigo outra vez. Sim, é mesmo isso que eu vou fazer.  

Who am I? No on special.
Just Call me Alice!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Desta correria boa

Estes têm sido uns dias grandes, cheios, carregados de adrenalina. Muita hora de estudo, de planificação, de estruturação, de conclusão. Têm sido dias bons, cheios de vida, de movimento, de teclas, de música, de palavras, de correrias, de sobe e desce, de ruas, de gente, de horas, minutos e segundos de produção. Têm sido dias fantásticos. Dias de renovação, de esperança. De uma respiração renovada e recuperada. Têm sido dias de planos, de delineamento de estratégias, de apertos de mão, de celebração. Celebração de contratos, de amizades, de projetos, de telefonemas felizes.
Têm sido uns dias fantásticos e por apropriação, também eu estou fantástica, renovada, extasiada, feliz!


Call me Alice!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Me, myself and I - parte I

Me, myself and I - on the mirror

Não tenho o dom da palavra, mas valorizo-a enormemente.
Não gosto de me despedir com beijos ou beijinhos só porque sim, porque todos o fazem. Quando beijo é porque quero mesmo. Quando não quero, despeço-me com um movimento circular de mão, um “aceno circular” – imagem de marca.
Sou tímida, insegura, envergonhada e o meus outros eus vou-os mostrando quando me sinto confiante.
Sou marota, brincalhona, palhaça, macaquita.
Entorno copos.
Demasiado responsável.
Não anseio grandes bens materiais porque não me fazem feliz.
Não sou apologista de amor e uma cabana, mas os alicerces de uma casa são os afetos.
Amor não é só apalavrado, é gesto, atitude, carinho espontâneo.
Fico sem ação perante um elogio, dificuldade que tenho vindo a aprender a contornar.
Ainda coro.
Tenho cócegas.
Sou muito distraída.
O mar é meu confidente. Procuro-o cada vez mais quando preciso de paz ou de meditar. Ou simplesmente estar comigo.
Gosto da liberdade das ondas, mas tenho medo delas.
Adoro o frio, o vento, a água. Espaços abertos, folhas.
Relaciono-me pessimamente com a mentira.
Bacalhau é um alimento sempre bem vindo à minha mesa. Qualquer que seja a guarnição ou a ocasião.
Uma das minhas palavras favoritas é sabedoria.
Se um dia for mãe, gostava de ser de uma menina e dar-lhe o nome de Clara. Já sonhei em ser mãe de um menino, Zé Pedro mas a vida mostrou-me que não ia conseguir mudar homem nenhum, muito menos o rebento.
Gosto de flores campestres, campos floridos, florestas, mas tenho medo da maior parte dos bichos.
Só me entrego a um homem quando me sinto amada.
Detesto filmes de terror, vejo-os com o coração aos pulos.
Sou medricas.
E friorenta.
Gosto de cães.
A bondade no rosto é uma das coisas que mais gosto de ver nas pessoas.
Gosto de balancés.... de andar descalça... de sussurrar... de entrelaçar as pernas com o meu amor... Gosto do aconchego do peito de um homem... que me façam festas no cabelo.
Uma das minhas maiores qualidades é saber colocar-me no lugar dos outros, o que me faz ser excessivamente tolerante.
Dou regularmente o benefício da dúvida. Não me livro das críticas inerentes a tal, o ser apelidada de "politicamente correta" ou pior e que me deixa extremamente magoada: “falsa”, “falsa moralista”...
Continuo a acreditar nas pessoas até prova em contrário, apesar de algumas desilusões bem dolorosas.
Detesto sofrer... envelhecer... odeio as dores nos ossos.
Tenho amigos de todas as idades... fico enternecida quando me procuram para os confortar.
Dualidade coração/razão é comigo.
Dança, cinema, teatro, literatura estão-me no ADN.
Amo tertúlias.
Gosto de surpreender com miminhos e carinhos.
Com a idade tornei-me mais desorganizada. E impaciente.
Os desafios dão-me medo, mas também vontade férrea de os ultrapassar.
A vida fez de mim desconfiada.
Continuo romântica.
Sonho poder viajar. Muito.
Tenho um bom radar para descobrir amigos. E gente má também.
Admiro as pessoas que fazem parte da minha vida, mesmo que algumas estejam  presentes apenas virtualmente.
Sou dedicada.
Confiança é fundamental para mim.
Quero acreditar que só tenho pitadas de ciúmes perfeitamente controláveis.
Encanto-me perante uma boa escrita e excelente sentido de humor.
Emociono-me com trailers de cinema.
Dançar é um prazer desmedido.
Lido mal com as minhas falhas.
Tenho uns pés lindos. :)
Sou perfeccionista.
Detesto arranjinhos.
Sinto-me gata enjaulada quando me sinto pressionada para fazer algo que não quero.
Não acredito em amor à primeira vista mas sim em atração à primeira vista. Reparo nos olhos, na voz, nas mãos... nas pernas :)
Mas é o que falam e como falam que me desperta  atenção redobrada.
Uma grande parte das minhas amigas vive longe. Odeio esse facto e a logística insana a que um simples encontro obriga.
Detesto insolência, arrogância e pedantismo.
Sou discreta.
Sonho com viagens aos Açores, Fiordes, Austrália, Costa Rica e Nova Zelândia.
Adoraria ter sido atriz.
Acho extremamente sedutor um homem que gingue bem.
Alegro-me com a felicidade dos outros, principalmente os amigos.
Entristeço-me com as tristezas dos outros, principalmente os amigos.
Eu e as decisões temos uma relação de amor/medo.
Adoro fotografia e fotografar.
Adoro comprar livros mesmo sabendo que não os vou ler imediatamente. Seria compradora compulsiva se o meu bolso o permitisse.
Não aprecio prendas impessoais. Gosto de as oferecer pensadas e sentidas e ver a reação de quando as abrem. E gosto de as receber pensadas e sentidas.
Gosto do abraço. Aquele abraço terno e carinhoso. Não o abraço “aperta esqueleto”.
Sou lamechas.
Melindro facilmente.
Sou psicologicamente reativa.

Sou eu. E sou... E sou... E sou... todos os dias sou.