sábado, 11 de março de 2017

Das minhas coisas boas

Acordar na minha casa. Acordar na minha cama. Virar e revirar na cama permitindo-me prolongar aquele momento de indecisão. Depois, levantar-me e preparar o meu café placidamente enquanto me arrasto pela casa inalando todos os aromas que a caracterizam, sorvendo todos os doces raios de sol que timidamente se vão apresentando. Que saudade. Que falta, muito amarga esta.
Lá, na Escandinávia, são outros os cheiros, é outro o sol que teima em se apresentar de costas pra mim, lá naquela Escandinávia virada a norte. Lá, as horas são outras, a correria é grande e a preguiça, a desvontade, essas são maiores ainda. Lá, na Escandinávia.
Quando estou na minha casa volto a ser eu. Volto a fazer, volto a querer. Ocupo-me em construir, nunca em destruir, como acontece na Escandinávia. Falo, planeio, acrescento, cresço. Cresço muito e quase toco nas nuvens de tão grande que fico. Aqui, na minha casa.
Já pedi fervorosamente ao meu sol que venha viver para a Escandinávia, a ver se deixo de ser pequenina e birrenta e volto a construir, a planear e a criar, tal como eu sei que sei ser. Tal como me pedem muito que eu volte a ser. 

Beijinhos cheios de sol,
aqui, da minha casa.