quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Facto

Este post surge como a constatação de um facto. Sim, facto e não fato, caras colegas que só escrevem asneira e não gostam de ser chamadas à atenção. 
E lá estou eu... A embirrar e a apontar armas a tudo quanto mexe...
Como dizia há pouco... Este post surge da constatação de um facto: - Quando estou a trabalhar sou muito melhor pessoa.
Esta semana, e por força das circunstâncias, apercebi-me do bicho desgovernado em que me estou a tornar. Esta transformação teve início há já vários meses atrás, provavelmente há mais de um ano e até eu me apercebo de que está a tomar proporções catastróficas.
Estou cada vez mais intolerante. Estou a tornar-me fria e distante. Estou a transformar-me numa pessoa má, egoísta e egocêntrica - tudo aquilo que sempre abominei nos outros.
E dá-me nojo até pensar que estou a ficar assim também.
Podia arranjar milhões de razões/justificações para este facto. Podia, até porque as tenho de sobra. Mas logo a minha consciência (sim, porque graças, ainda não a perdi) me vem chamar à razão e dizer-me: "- Não vás por aí. Desculpas são para os fracos."
Sei que tem milhões de razões, mas porra, eu também as tenho.
Estou farta de gente egoísta, maldosa e interesseira. Estou mesmo a rebentar pelas costuras. Acho que não consigo aguentar mais um episódio de falsidade ou interesse alheio. Não consigo mesmo. Estou fartinha, palavra. Só me apetece bater em toda a gente. Comê-los, é a palavra certa.
Cruzes, que mundo!
Atão, o que sucede é o seguinte: - Como não posso matar toda a gente que me incomoda e me lesa, tenho duas opções e nenhuma delas me parece mais favorável:
- Ou me transformo de vez numa pessoa falsa, egoísta, manipuladora e interesseira (coisa que confesso tenho vindo a pensar fazer);
- Ou me mantenho fiel aos meus princípios e me isolo cada vez mais (transformando-me naquela ave rara, quase sem amigos)

-O que fazer então? 
Sim, porque não se pode ser bom neste mundo. Bom no sentido da nobreza de sentimentos (somos logo a lorpa a quem toda a gente recorre mas que não recebe nada em troca); Bom no sentido de sermos bons profissionais, bons alunos, apresentarmos bons resultados - estamos logo lixados que o pessoal começa logo a cultivar a inveja e a dor de cotovelo) 
De qualquer das formas, estamos sempre lixados. 
É como diz o velho ditado: "Não se pode agradar a gregos e a troianos". O problema está quando não se agrada aos turcos também...

Toda esta explanação para dizer o quê? Nada de jeito. 
Ah, já sei! Que me apercebi de que quando estou a trabalhar sou muito melhor pessoa. Verdade! Muito melhor ser humano. Porque estou a fazer aquilo que adoro; Porque estou com crianças e todas as azias me parecem minúsculas ao pé deles; Porque tenho de dar o exemplo; Porque, apesar de tudo, gosto de me dar ao Outro, de ajudar o Outro; gosto de lhes dar um pedacinho de mim e acreditar que estou a dar um pedaço bom que irá contribuir para formar bons seres humanos. 
É verdade. Quando estou a trabalhar, sou um ser humano muito melhor. De coração limpo e olhar brilhante.

Tenham um bom dia!
Alice!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Destas noites...

É nos dias mais rochosos que sinto mais necessidade de me isolar, de me abster de qualquer tipo de comunicação com o mundo (embora reconheça que tal é praticamente impossível de acontecer...)
A forma que encontro de ser mais fiel a este monólogo silencioso a que me remeto é mesmo a noite e a cumplicidade com que me presenteia.
Mas é também por estas alturas em que literalmente vegeto que dou por mim a afagar o tapete limpinho da sala, a olhar as minhas plantas [todas elas com uma histórias de doação, de rejeição, de mau trato alheio...] adorando-as, a ver, ainda que de soslaio, uma das minhas séries favoritas, a ler um livro recomendado por alguém fundo em saberes e a admirar a capa do meu telefone [tão xpto que ela é...]
é nestes momentos, plenos de silêncio e nos quais o mundo dorme lá fora que eu paro de pensar no que me aborrece e em tudo o que me mói e concluo que sou feliz. Sou realmente feliz aqui na minha sala, com o meu tapete fofinho, a minha manta quentinha, a minha série, as minhas plantas, o meu livro. 
É neste momento que eu penso: "Deus está mesmo nas pequenas coisas"; "A felicidade está mesmo no que é mais pequeno, humilde e simples". Aqui eu sou meeesmo feliz e às vezes [muitas vezes] esqueço-me disso e de que não é preciso muita coisa pra se ser feliz. 
É nestes momentos de silêncio e de meditação [talvez] que eu me reequilibro e recupero as forças que perdi a aborrecer-me com coisas e pessoas que não merecem. Só tenho a ganhar se mudar de atitude [difícil, difícil]. 
Em todas as situações rochosas ou espinhosas há coisas que se perdem e coisas que se ganham. 
Tenho perdido imenso, coisas que achava preciosas e imutáveis, contudo, quando se fecha uma porta abre-se logo uma janela. E é nela que eu tenho agora, o olhar fixo.


Who am I? No one special.
Just call me Alice!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Destas horas...

Tinha pensado tirar a tarde para escrever... adiantar serviço... colocar os pensamentos em ordem e transferi-los para o papel. Contudo, e porque a Mariana merece muito mais do que essa simples obrigação de regurgitação vocabular, decidi aproveitar o bom tempo que se fez sentir e rumei até ao colinho da mãe. Apesar de ser pessoa afoita a estas coisas, hoje estava mesmo necessitada. Precisava invariavelmente daquela paz, daquele sossego que a voz da mãe e o abraço do pai conferem à sua andorinha. Precisava mesmo.
Ainda sinto a garganta apertada mas já gozo do conforto espiritual que só eles me conseguem dar.
Foi uma boa decisão. Ainda demorei algum tempo entre a incerteza do "vou? Não vou?" até meter a chave e rodar a fechadura da porta. Ainda bem que o fiz, porque me soube muito bem. 
Até já me sinto mais levezinha. A desilusão não passou. A mágoa não se foi com o vento mas já me sinto mais animada e pronta pra ultrapassar mais esta dor (do meu crescimento).

Bom fim de semana!




 Alice!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Dos sonhos que se tecem...




(...) É a possibilidade de estares noutros lugares, sem abandonares o teu chão, de ouvires pulsar outros corações, de vestires a pele humana de outro ou outros. Sem deixares de ser tu. 
E com o livro a varinha de condão não está na mão das fadas, está em teu poder. 
É do teu olhar, de cada vez que te dispões a ler, que nascem aqueles mundos, caleidoscópicos, de maravilha – e só desaparecem quando fechas o livro. 
Mas, a um gesto do teu querer, voltarão a surgir sempre, sempre, sempre…”

*E este é o meu mantra. A minha força. O combustível que me move, todos os dias. A razão de ser das minhas opções. O que me faz (ainda) mais feliz!

Who am I? You already know me... Just call me Alice!