Hoje o meu sobrinho faz dois anos.
Pensei em mandar sms a dar os parabéns, porque, verdade seja dita, vontade para grandes conversas não tenho. Depois, pensei em ligar mas quando me lembrei, já passava da hora para o fazer.
Ao vir da escola, decidi-me a passar em casa da minha mãe. Sabia que o miúdo estaria por lá e por isso, sem grandes subterfúgios ou manobras de diversão, poderia dar-lhe um beijinho de parabéns.
Ele conhece-me. Apesar de disfrutarmos pouco do tempo um do outro, sabe que sou a tia Lili.
É tão fofo e tão ruim ao mesmo tempo. Etão inteligente também. Possui uma grande capacidade comunicativa e é muito sociável (não sei a quem puxou...)
Adiante...
O que me deu mesmo vontade de escrever este post foi o sentimento de carinho e ternura que enche a casa dos meus pais. Quando lá vou venho sempre grávida de amor e compreensão. É uma coisa impressionante.
Quando lá cheguei, vi a tenda armada e a barraca montada. O meu pai e o meu sobrinho tocavam um órgão que o meu pai lhe ofereceu, porque o miúdo só gosta de chaves e construções e instrumentos e coisas esquisitas. Nada de bonecadas ou joguinhos educativos. Quer coisas de verdade. E se puder tirar tudo da nossa carteira e explorar, tanto melhor.
Adiante. Era tanta a alegria e a barafunda à conta de uma música que tocou umas cem vezes enquanto lá estive, que me deixou impressionada.
A casa dos meus pais é uma casa cheia de ar. Muito modesta e muito simples. Mas o miúdo e o órgão e a alegria deles enchia as divisões e esbarrava contra as janelas.
É impressionante como tendo tão pouco sempre tiveram a capacidade de fazer muito. E isso diz-me tanto.
O órgão é em segunda mão mas a experiência, a partilha, a memória feliz, essas são de primeiríssima qualidade.
E um abraço cheio de amor e de uma abafada saudade, ao meu pai e à minha mãe.